A construção estética do Brasil e seus colapsos: Crítica, impasse e modernismos nacionais

Autores

  • Vladimir Safatle Universidade de Sao Paulo

Palavras-chave:

Brasil, modernização estética, estado populista, desenvolvimentismo, modernismo, arquitetura, pacto antropofágico, tropicalismo, modernismo sombrio

Resumo

A construção nacional do Brasil tem, como um de seus eixos fundamentais, o uso da modernização estética como força de redefinição do espaço, do tempo e do território. Tal construção estética tem três matrizes, três modernismos que se articulam em uma relação complexa de conflito: o modernismo arquitetônico como modernização nacional organizada no interior das perspectivas conciliatórias do estado populista, o modernismo que tenta conciliar aspirações estéticas e a formação monopolista da indústria cultural e o “modernismo sombrio” que encontramos no integralismo. Tais matrizes, de certa forma, ainda orientam nosso horizonte de expectativas sociais ou a atrofia dele. O pensamento crítico nacional é dependente da produtividade estética e de seus limites. Ele conseguirá encontrar novas figuras críticas quando o país enfim for capaz de assumir para si o projeto de uma estética consequente da irreconciliação.

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Publicado

2023-12-31

Como Citar

Safatle, V. (2023). A construção estética do Brasil e seus colapsos: Crítica, impasse e modernismos nacionais. Constelaciones. Revista De Teoría Crítica, (15), 4–31. Obtido de https://constelaciones-rtc.net/article/view/5275