A autonomia e os sujeitos bem adaptados

Autors/ores

  • Wolgang Leo Maar Universidade Federal de São Carlos, UFSCar

Paraules clau:

autonomia, adaptação, capitalização, aceleração, sociedade-rede, auto-empreendedorismo, Th. W. Adorno, H. Marcuse, H. Rosa, P. Dardot, C. Laval, K. Marx, O. Negt, M. Postone

Resum

Hoje a adaptação à sociedade é vital face às imposições da situação vigente. Isso significa abandonar a reivindicação de autonomia e de transformação social? A indiferença e a abstração favorecidas pela aceleração na era digital vem de encontro a um processo de capitalização individual dos sujeitos. Há um reforço recíproco entre a tecnologia da sociedade em rede e o auto-empreendedorismo do capitalismo neo-liberal. De um lado, se critica a forma pela qual a expropriação capitalista do tempo de vida é disciplinada na aceleração da era digital. De outro lado, a crítica da sociedade neo-liberal na era tecnológico-digital revela como indivíduos, universalizados como capital, a rigor são assalariados de si mesmos. O sujeito é sujeitado pela forma hegemônica da produção social pela qual ele próprio se objetiva em sociedade. Essa formanão é imposição técnica, mas opção histórica. A produção social é contraditória: de um lado, é produção centrada na forma determinada do trabalho assalariado vinculado à valorização do capital e seu tempo de trabalho expropriado, heterônomo. De outro, resulta da forma criativa da autonomia da força de trabalho viva, centrada no “tempo como espaço do desenvolvimento humano”. Uma adaptação não passiva e técnica à sociedade em que persiste a dimensão histórica e política podem atualizar os potenciais dessa produção contraditória. Por essa via, a autonomia do well adjusted people pode se efetivar, por exemplo, na experiência ampliada do trabalho e do tempo assim liberado, destinados à produção de uma sociedade não capitalista, em que se imponham limites à expropriação do tempo de vida.

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Publicades

2016-02-19

Com citar

Maar, W. L. (2016). A autonomia e os sujeitos bem adaptados. Constelaciones. Revista De Teoría Crítica, 6(6), 84–103. Retrieved from https://constelaciones-rtc.net/article/view/854