A dimensão material e a dimensão estética: a relação entre forma e conteúdo na apropriação de Karl Marx pela Escola de Frankfurt
Palavras-chave:
capitalismo, forma e conteúdo, estética, teoria crítica.Resumo
A proposta deste artigo é fornecer subsídios que favoreçam a análise da relação entre forma e conteúdo no processo de produção material e reverberações que dele decorrem. A tríade conceitual Hegel – Marx – Escola de Frankfurt é, portanto, adotada como perspectiva teórica e crítica para reflexionar sobre o modo como a estrutura social se expressa nos objetos da cultura e orienta a concepção de indivíduo que se estabelece e decai como categoria moderna. De modo a compor a argumentação de forma organizada, o desenvolvimento desta análise é apresentado em quatro tópicos relacionados entre si: 1) A recepção de Karl Marx pela Escola de Frankfurt, 2) A dimensão material e a dimensão estética, 3) A crise da cultura e o declínio do indivíduo, 4) A gênese do indivíduo disforme. Os temas desenvolvidos nesta reflexão têm como objetivo cotejar os autores citados focalizando o movimento de forças sociais antagônicas que, se por um lado justificam o interesse especial dos autores da primeira geração da Escola de Frankfurt nas infindáveis reverberações do conteúdo social objetivado nas obras de arte com vistas à emancipação, por outro, denunciam os prismas ideológicos da dominação próprias ao capitalismo que se cristalizam na cultura. Dado a abrangência do tema em questão, o presente artigo não se limita a fornecer conclusões pontuais, mas sim suscitar reflexões acerca do duelo de forças que caracterizam a manifestação da ideologia na objetividade no processo de transformação da cultura em mercadoria em contraste com alternativas possíveis de realização da expressão autônoma mesmo diante de condições objetivas que a dificultam.
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