Estética, agro-subjetivação e dominação: o exemplo do ‘feminejo’ no Brasil contemporâneo

Autors/ores

  • Jéssica Raquel Rodeguero Stefanuto Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Fundação Educacional de Penápolis FAFIPE/FUNEPE

Paraules clau:

subjetividade, análise musical, educação estética, crítica cultural

Resum

O presente trabalho tem o objetivo de analisar de que modo a esfera “agro” do mercado cultural brasileiro contemporâneo, a partir da vertente feminina de música, tem promovido um ajustamento dos sentidos e uma gestão da cultura por meio da indústria cultural. Parte-se da ideia de que a música é organizadora das sociedades e pode prenunciar transformações no campo da sociabilidade, da política e da economia. Estabelecendo relações entre as bases materiais capitalistas, a indústria cultural e a construção das subjetividades, discute-se, então, a partir de exemplos de músicas do gênero feminejo, acerca da gestão de insatisfações e mal estares e reintegração ajustada ao capitalismo patriarcal. As conclusões indicam que parte importante da disputa econômica e política da contemporaneidade se dá no campo estético e subjetivo, daí a relevância de uma crítica cultural que não se iluda com a aparência de realização daquilo que ainda requer transformação.

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Publicades

2024-12-31

Com citar

Rodeguero Stefanuto, J. R. (2024). Estética, agro-subjetivação e dominação: o exemplo do ‘feminejo’ no Brasil contemporâneo. Constelaciones. Revista De Teoría Crítica, (16), 315–333. Retrieved from https://constelaciones-rtc.net/article/view/5497